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Vã Idade

Gaveta para texto típicos da idade: (va)idade, (in)genuidade, (in)felicidade, (i)maturidade e...

Gaveta para texto típicos da idade: (va)idade, (in)genuidade, (in)felicidade, (i)maturidade e...

Vã Idade

12
Nov19

Assar castanhas 🌰 na panela inox e resolver problemas

Vera Tecla

Olá Avó

Ontem aqui assaram-se as castanhas numa panela de aço inoxidável.

É bom ter poucas panelas. Sujam-se menos. Porque não existem! 

A panela das castanhas queimou e estava de molho desde ontem.

Por isso, hoje quando eu quis cozinhar não havia panela.

Fiquei a pensar...

A minha dúvida era entre tentar esfregar a panela para tirar o queimado (por que raio decidiu ele - com tanta segurança - que ia assar as castanhas na panela)...ou deixa-la ali para ele resolver o problema.

Os anos ensinaram-me que resolvermos os problemas criados pelos outros faz com que:

1 . achem que estamos a exagerar quando nos queixamos

2. e retira o interesse do outro em colaborar e em prevenir nova ocorrência.

Desde que deixei de me queixar por causa das pingas de vinho na toalha de mesa e lhe entreguei essa tarefa  tudo melhorou para mim: já não sou "a exagerada", já não fico zangada nem frustrada e a toalha fica sem nódoas. 

Caso contrário, ele resolve o problema.

Acho que também resulta melhor, porque suspeito que o cérebro humano é menos eficiente a resolver problemas quando está contrariado.

E muito mais criativo e eficaz quando só se quer livrar deles.

Tudo isto é um bocado injusto, porque ele faz imensa coisa. E até cozinhou as castanhas.

Ficaram boas. Um pouco cruas mas eu gosto assim. Achei curioso porque juntou vinho 🍷.

Pela minha experiência duas coisas podem acontecer: ou aquilo é mesmo dificil de sair e ele tem que comprar uma panela nova ou então ele vai-me surpreender com uma solução fácil do género pôr na maquina de lavar a loiça.

Até nisso fico a ganhar. Sempre posso aprender uma coisa nova.

E ele também. Creio que da próxima vez já vai querer faze-las no forno! 😁

Eh, eh...

Beijinhos,

Vera

02
Nov19

Castanhas 🌰 e Marmelos

Vera Tecla

Isto da maternidade vem acompanhado de muitas fantasias. Eu sou da cidade, cresci em cidades, numa família sem ligações à terra e só descobri o campo aos 16 anos.

Observação de aves, botas de campo, lama, acampamentos à chuva,  fogueira, violas e cantorias. Conversas com caçadores, identificar pegadas, ir tomar banho à barragem. Medronhos. Adormecer em noites de verao sob o brilho da Via Lactea.

Que saudades.

Continuo na cidade, com sede do campo, e este ano a educadora vem de fora e é do... « Dão »! Maravilha!

Cada criança levou um marmelo. Fizeram marmelada.  E...saiu deliciosa!

Como estou inebriada pelas qualidades desta educadora-coração, mulher-doce-do-Norte, que vem do campo, « fala achim » e é capaz de se rir de si própria, eu quis e quero seguir-lhe os passos.

Pelo que resolvi ir à mercearia do senhor José comprar mais marmelos.

O « senhor » José é um “cota”, como eu. Também se fez doutor. Também trabalhou numa empresa moderna. Em projetos complexos, com gente complexa. E há uns tempos mudou de vida. E fez-nos o favor de abrir a mercearia.

Trouxe de lá mais frutos da época: castanhas 🌰 e dióspiros.

Esta foi a minha primeira marmelada. Fi-la porque faz parte da minha fantasia sobre a maternidade.

Saiu um desastre. Ontem era feriado e na loja mais à mão só havia rapadura biológica...

Fico com a sensação que é mais forte do que o açúcar vulgar. Mas como não encontrei evidência científica avancei como se fossem equivalentes.

Ainda me pus a inventar e a querer aproveitar os caroços para fazer geleia, como vi fazer num post recente do sapo. Nunca darei uma boa cozinheira, porque eu não gosto de provar coisas quentes. E tenho tendência para...aperfeiçoar. 

Por vezes as receitas trazem omissões e abrem espaço a “criatividades”.  Para um principiante “criativo” é uma lotaria.

Ficou demasiado doce. Junta-se aos iogurtes simples.

Passámos às castanhas 🌰: « Tens que as escolher, porque já lhes apanhei um bicho daqueles que faz um furinho e sai pelo outro lado”. Mensagem recebida. 

Quando fui ver eram já uma família de quatro. E a lagarta maior já estava a preparar casulo. 

De modos que aqui estou a inspecionar castanhas. Separando as perfuradas das intactas. E recordando as lições que aprendi na crónica recente de Teresa Temudo na sua quinta.

Agora olho para as minhas castanhas e entendo melhor o que ela quer dizer. Entretenho-me a encaixa-las, aos pares ou trios, nos seus ouriços de origem.

Acho que cozinhar é mais com ele. Disse-me que as prefere assadas no forno.

Ofereço-me para lhes dar o golpe. E vou comer os dióspiros.

Leituras sugeridas:

VISAO | Sim, Talvez e Nunca mais - Teresa Temudo

SAPO | My Kitchen Blog | Sabores da minha cozinha - Geleia de Marmelo - Margarida

 

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